O Camiño Miñoto está cada vez mais perto de conseguir o reconhecimento oficial.
É assim, que os peregrinos que realizam esta rota, que decorre desde a cidade portuguesa de Braga até Santiago, já estão a receber a Compostela desde o passado dia 28 de março. A Igreja tem reconhecido este Caminho, ainda que, em situação semelhante à Junta, tenha pendente a confirmação oficial.
A entrega da Compostela é uma consequência da abundante documentação histórica que atesta a passagem de peregrinos pelos diferentes concelhos que estão dentro do traçado e tem sido remetida por parte de diversas associações conjuntamente com a entidade que aglutina os presidentes dos 17 municípios (Associação Camiño Miñoto-Ribeiro), e que, por sua vez, perseguem o mesmo reconhecimento.
Entre todas as associações está a denominada Codeseda Viva que enviou à administração autónoma duas pastas com quantidade considerável de documentação histórica juntamente com uma guia do percurso traduzida para o galego, português, espanhol, italiano e inglês, e que proximamente sê-lo-á para o francês.
Traduzida por um vizinho de Alvite (Beariz), Carlos Roo. Esta entidade, da localidade de A Estrada, através do site debragaasantiago.com, faculta informação aos peregrinos sobre tudo o que necessitam saber para realizar o Camiño Miñoto.
Durante estes últimos dias, um grupo de oito caminhantes, originários dos Açores, para além de dois casais, um de Portugal e outro de Itália, fizeram uma paragem em Pazos de Arenteiro para dormir. Ao mesmo tempo que outros peregrinos vão também deixando a sua marca por lugares como Beariz ou Cortegada, onde o presidente Avelino de Francisco, também presidente da associação Camiño Miñoto-Ribeiro, que agrupa os concelhos, manifestava que ontem (em relação a quinta-feira) tinham passado pela localidade de Cortegada 20 portugueses. Só com o apoio de Codeseda Viva realizaram esta rota em 2017 cerca de 100 pessoas, número este que duplicou em 2018, com um total de 200.
Avelino de Francisco afirma que a princípios de maio esperam dispor do estudo perimetral que a Associação Camiño Miñoto Ribeiro tem a cargo de uma empresa, com vista a conseguir, em primeiro lugar, o reconhecimento como Itinerário de Interesse Cultural, e continuar o processo para que se converta em Camiño Jacobeo, "É moi importante que se recoñeza como via cultural", aponta.
Os concelhos galegos que fazem parte da Associação Camiño Miñoto-Ribeiro pelos quais decorre esta rota são:
Lobios, Entrimo, Padrenda, Pontedeva, Cortegada, Arnoia, Ribadavia, Castrelo de Miño, Beade, Leiro, Carballiño, Boborás, Beariz, Forcarei, Vedra, A Estrada e Boqueixón. Ainda que haja associações e presidentes que coincidam na rota principal do Camiño Miñoto, existem algumas diferenças quanto ao traçado, como no caso de Codeseda Viva, que na sua guia deixa fora da rota os concelhos de Carballiño e Castrelo de Miño, uma vez que considera que estes pressupõem um desvio desnecessário.
O Caminho que começa em Braga e decorre por Portugal até começar a etapa galega, em Lobios, tem aproximadamente 240 quilómetros de distância, e, em média realiza-se em 10 dias. O reconhecimento oficial por parte da Junta da Galiza implicaria o acondicionamento completo do traçado, que em alguns trechos se encontra bastante deteriorado e de difícil acesso para os peregrinos. Entretanto, o presidente de Camiño Miñoto Ribeiro, Avelino de Francisco, confirmava que uma grande parte dos 17 concelhos que fazem parte da etapa galega já têm estado nos trabalhos de limpeza e sinalização na parte dos municípios que lhes correspondem.